Não quero nada para sempre
Porque sempre é muito tempo
E tudo acaba,
A vida acaba.
Só não acaba na imortalidade
Da palavra vida,
Só esta permanece.
Também não quero nada
Por pouco tempo,
Preciso do tempo suficiente
Para apreciar, mas não acostumar,
Porque o costume
Elimina o prazer
E o maior prazer é saber que não dura
Mas esperar que aconteça de novo,
Mesmo que não seja igual.
Quero o tempo certo
Para que me percebam,
E o tempo justo
Para não ser esquecida,
O tempo “ainda”
Para que me valorizem,
O tempo gasto
Em coisas úteis
E sem tempo para coisas fúteis
Quero o tempo justo e acertado
Para aceitar o amanhã.
Lorena Pires Rostiolla
04/08/2006